A importância do planejamento financeiro de curto prazo na PME

Artigo do consultor empresarial Diego Simioni, publicado no portal Administradores.com

Planejamento é um tema recorrente na pauta dos empreendedores, independente do tamanho da empresa, segmento de atuação e momento do ciclo de vida. Nas grandes empresas esse conceito já é amplamente difundido e o processo de planejamento e suas revisões é parte da rotina e do calendário anual. Os grandes negócios normalmente trabalham com três processos de planejamento integrados em maior ou menor grau: planejamento financeiro (budget ou orçamento), planejamento de marketing (plano de marketing) e planejamento estratégico (ou revisão ou refresh da estratégia).

Para difundir a importância do planejamento entre as pequenas e médias empresas, destaco a importância do planejamento financeiro de curto prazo que, normalmente, recebe significativo destaque uma vez que é nesse processo que será definido o montante de investimento futuro, objetivo de vendas, necessidades de capital, dentre outros. Fundamentalmente, essas metas de investimento terão peso significativo para definir a parte variável da remuneração dos executivos. Irão também nortear as ações diárias nas mais diversas áreas da empresa, uma vez que além da criatividade, a inovação e a conquista de novos mercados depende dos recursos financeiros que estão disponíveis.

Porém, o modelo de gestão de pequenas e médias empresas é diferente das grandes por uma razão óbvia: disponibilidade de recursos. Para os gestores de menor porte a pergunta mais básica é: o que eu ganho implementando um processo de planejamento financeiro na minha PME? A resposta é que o planejamento financeiro é tão importante que pode significar a diferença entre sobrevivência e morte empresarial.

A maioria dos administradores das pequenas empresas já deve ter enfrentado situações em que teve que atuar como bombeiro e correr atrás de fôlego para o capital de giro. O problema é que esse fogo pode se alastrar e alguns incidentes podem levar à quebra de uma empresa, atraso de recebimento de algum cliente importante, necessidade de compra de matéria-prima, conserto de equipamento, despesa trabalhista inesperada, etc. Você provavelmente já captou a mensagem: implementar um fluxo de caixa futuro diário e dinâmico para curtíssimo prazo é prioridade zero. O capital de giro é o ABC do planejamento financeiro e a atualização diária desse caixa deve ser parte da rotina do departamento financeiro.

A importância do fluxo de caixa futuro é clara: você poderá gerenciar proativamente entradas e saídas e preparar uma reserva de capital. Dessa forma terá uma boa noção de onde estarão seus “furos de orçamento”. Aliás, gerenciar a reserva de caixa de acordo com o fluxo futuro de recebimentos e pagamentos é fundamental em empresas familiares, onde os sócios confundem a conta da empresa com a conta pessoal e acabam por retirar lucros em momentos inadequados.

Quando o negócio tem mais de um dono a importância se torna ainda maior. Regras claras devem ser criadas para retirada de lucro e definição de pró-labore - ou o dinheiro que deveria ser utilizado pagar um fornecedor, acaba virando a viagem da filha de um dos sócios para a Europa. Nada contra viajar, mas tudo tem hora certa. Planejar serve para isso.


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